terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Antítese

Tudo é contrário. Tudo é antítese. Querer-te e rejeitar-te. Precisar de ti e afastar-te. Ouvir-te sem te escutar. Olhar para ti sem te ver. Conhecer-te e não saber quem és. Ansiar por um "olá" e responder com um "adeus". Desprezar-te por te invejar. Mandar-te à merda com um beijo. Deixar de viver ou deixar-te morrer. Se não consigo partir-me em dois, o melhor mesmo é implodir.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Espelhos

O mundo mais não é do que um jogo de espelhos. Cada vez mais me tenho vindo a convencer de que pouco ou nada da nossa personalidade é inteiramente nosso. Pensamentos, emoções, valores, tudo é moldado pelo mundo que nos rodeia. Desde a família, aos amigos, às pessoas com quem contactamos e que nos marcam, às coisas que vemos no dia-a-dia, às boas e más experiências, tudo são pequenos pedaços de vidro com que vamos construíndo a nossa maneira de ser. Somos autênticos espelhos da realidade envolvente, que a qualquer momento podem ser quebrados em cacos e começados de novo. Da mesma maneira, quando olhamos em volta conseguimos ver a pequena parte desse jogo de espelhos que foi feita por nós. Não raras vezes a imagem que temos de nós próprios é errónea. É quando olhamos para o nosso reflexo em todos esses espelhos que nos vemos verdadeiramente. Não admira que seja tanta a curiosidade em saber que imagem produzem dois espelhos colocados frente a frente.

domingo, 14 de janeiro de 2007

Teimosia

Até hoje tenho praticado com orgulho a máxima "antes quebrar que torcer". Porém, parece-me agora que vou ter de a abandonar. A ver se quebro menos vezes.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Tarot

Os videntes, entenda-se "pessoas que prevêem (ou dizem prever) o que por todos é imprevisível; que conhecem (ou dizem conhecer) o que todos desconhecem", são das coisas que mais me divertem. Principalmente quando o visado sou eu. Dá-me um tremendo gozo ver alguém a tentar fazer uma espécie de tarot mental sobre mim. A deitar-se a adivinhar o que estou a pensar, a sentir ou sobre o que estou a falar. E a convicção com que avaliam e dissecam (no fundo, tudo não passa de especulação) cada palavra, cada gesto, cada sorriso e cada esgar como cartas de um baralho com um significado determinado à partida. Nunca confiei nas cartas para conhecer o futuro. Porque hei de confiar nelas para me conhecer a mim?

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Diagnóstico diferencial


I only make jokes to distract myself from the truth

Zero 7 - Distractions

sábado, 6 de janeiro de 2007

Montanha-russa

Já tantas vezes andei na maior montanha-russa do Universo e ainda não aprendi. Que as descidas são sempre a pique e as subidas sempre a custo. Nem que o momento em que tudo parece mágico visto lá de cima dura tanto como a queda vertiginosa que se lhe segue. Mas acima de tudo, ainda não aprendi que ela só anda para a frente, nunca para trás. O aço forte de que é feita impede que a tornemos diferente. Pois hei-de andar nela até à exaustão. Até saber de cor, a cada instante, o que vem a seguir. Mais uma volta?

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

A minha pior decisão...

...foi ter desistido de desistir.