terça-feira, 20 de março de 2007

Cortina de ferro

À hora marcada as cortinas abrem-se e o espectáculo começa. Uma grandiosa mostra de luz e cor. O som da música mistura-se com o das gargalhadas do público. Um rodopiante e vertiginoso turbilhão para os sentidos. Aqui não há espaço para as lágrimas. Ser triste é ser fraco e a fraqueza é a morte do artista. À frente de tanta gente é impensável claudicar sob o calor dos holofotes. Até ao final, é proibido dar à plateia razões para apontar o dedo. À hora marcada o espectáculo termina. As cortinas fecham-se. E volto de novo a ser eu.

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