quarta-feira, 13 de junho de 2007

Náufrago

Algures num qualquer oceano desconhecido, um veleiro flutua à deriva. Comigo ao leme, já deveria saber que não iria longe. Há muito que a minha bússola deixou de apontar para Norte. Não sei onde estou, só sei que não era aqui que queria estar. Ainda me lembro de quando zarpei: as cartas estudadas, os cálculos feitos, as correntes escolhidas, a rota traçada. Como sempre, de nada valeu fazer planos antecipados. De nada serviram mapas e sextantes. Sem rumo nem destino, navego agora ao sabor dos ventos e marés. Move-me apenas a certeza de que nada mais tenho a perder. A Terra é redonda e o mar é finito. A alguma ilha devo ir parar.

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